Serra Da Estrela 18/02/06

terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

Um dia longo, cansativo, com muito frio e muita neve. Mas é tudo isto que se espera numa visita à Serra.
Nela senti a sensação de liberdade, de estar mais perto do céu, mais identificado com a natureza que me rodeia e que comanda toda a nossa vida. Nela percebi e o quão pequeno e fraco é o Homem, perante a imensidão do mundo que nos rodeia e da força da Natureza.
Na Serra vivi um monte de ilusões e de sentimentos, nela estive alegre, feliz, contente, divertido, cansado, pensativo, sonhador, apaixonado, enamorado...
Foi realmente um dia em que experimentei de tudo um pouco, sem perder nada de tudo...
Entre passos pesados e enterrados na neve, subi e cheguei bem alto, tão alto que podia tocar o céu, tão alto que me sentia como se fosse realmente o rei do mundo, o Senhor dos senhores, tão alto que sentia que podia fazer aquilo que quisesse, podia ter aquilo que me fazia sorrir, que me fazia sentir mais eu. No entanto, ao descer, ao sair da neve, descobri que não era nada, que nem sequer era senhor de mim mesmo e deixando-me levar pelas emoções de um dia forte confessei, disse aquilo que achei (por ilusão do dia) que alguém ia gostar de ouvir. Foi justamente aí que comecei a perceber, já de pés bem assentes no chão seco, sentado na cama que aquela ilusão de ser Rei, de ser Senhor, de poder controlar tudo o que me rodeava acabou por alí, ficou na Serra e não passava disso mesmo, ILUSÃO. Foi aí que percebi o quão diferente é o mundo real do mundo que sonhamos, o mundo que vivemos do mundo que sonhamos.
Mas não satisfeito com o que acabara de descobrir, quis mais uma vez, fazer frente à realidade, e voltei a gritar em alta voz, quase para que todos ouvissem, que era verdade aquilo que dissera no dia atrás...
Mais uma vez o chão foi o meu refúgio, a minha paragem, o sítio onde me desfiz, onde esmaguei todas as minhas ilusões... Mas mais uma vez o culpado voltei a ser eu, e agora não sei muito bem o que fazer: se continuar a gritar até me faltar a voz, se me calar e engolir em seco, mas com a certeza de que terei voz para um dia poder gritar para quem realmente quiser ouvir???
Mas como sou teimoso, e não desisto facilmente acho que vou ficar rouco...


7 Disseram...:

Maria Carvalho disse...

Acho que fazes bem. Gritar até ficares rouco...Calar não é propriamente uma boa ideia. Beijos.

Fallen_Angel disse...

olá :o)
pois é tenho andado um cadinho ocupada, a escola absorve me toda, nao deixa tempo para mim...


"o sonho comanda a vida" :o)
"sem a loucura (neste caso os teus gritos) o que é o homem? mais que uma besta sadia........"
(acho que é assim mais ou menos que escreve F.Pessoa)

e eu digo te grita até que a voz se vai embora, mas sê feliz :o)

beijinho :o)

Fallen_Angel disse...

já agora... tou xateada
nao me sabias ter convidado????
já nao há educaçao :op

Silêncios disse...

Pois grita sim, até que alguém te ouça. E se ng te ouvir, não desanimes, é porque têm o coração fechado.
Cutiva aquela, que chamas de ilusão, pois será enquanto quiseres, o teu refúgio tão real como a vida, mas para onde poderás "fugir", sempre que te apeteça um pouco de plenitude.
Fica um beijo.Gostei de te encontrar

Padre Vítor Magalhães disse...

Muito bem, agora podemos iniciar com reflexões sérias,... muito bem que já terá que haver uma ideia amadurecida, cf. vm11.blogspot.com

isa xana disse...

gritar é optimo pr libertar tensões:) grita até ficares rouco, sim=p

*

Anónimo disse...

Oi

Já viste o que andaste a perder estes anos todos sem os Salesianos ;)

Beijões lindão

Irene