Deambulações

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Queria berrar, soltar o grito que atormenta o meu coração, expelir cá para fora tudo quanto me consome e desgasta. Mas não devo, não posso, não consigo.
A corrosão continua a tralhar o sangue que me corre nas veias, parece que o sinto, a parar, em cada vaso do meu corpo. Pára e não se move, tal como eu páro quase petrificamente.
Vida? Vida é o que já não há em mim, apenas consumição, desespero, raiva e inconformação. o que é isto a que os outros chamam vida? Sim, os outros, esses que andam por aí como se tudo o que se passa à volta deles não fosse nada com as suas vidas.
Estúpidos, não sabem que tudo tem a ver com eles, tudo tem a ver connosco!
E eu aqui, petrificado, sem me mover, calado sob pena das minhas palavras sentirem os efeitos nefastos da corrosão desinteressada de quem as ouve e não as escuta, de quem as entende e não as medita, de quem as escuta, medita, e pura e simplesmente as ignora como se puras deambulações de um diletante se tratassem...



Estou no Blog.com.pt

3 Disseram...:

Maria Carvalho disse...

Surpresa! Não estava à espera de ler algo escrito por ti, tão 'deambulando'...Mais uma vez te convido a estares presente no dia 14, no lançamento do meu 1º livro de Poesia. O anúncio está lá no meu blog. Muitos beijos, entretanto, para ti.

Alien David Sousa disse...

Se experimentares berrar e soltar esse "TAL" grito. Vais ver que existem pessoas que não vão ficar indiferentes.
Falo por mim.

Sputnik disse...

curiosamente escreves fielmente o que sinto neste momento.aii fiquei sem palavras.beijos